Aqueduto
Romano da Amadora
Condições de visita: Livre e por marcação, junto do Museu Municipal de Arqueologia.
Localização: No vale da ribeira de Carenque, entre as povoações de Carenque e do Bairro da Mina, sendo visíveis alguns troços junto ao Aqueduto das Águas Livres.
O aqueduto romano da Amadora tem sido citado por diferentes autores desde que Francisco d´Holanda a ele se referiu no séc. XVI em carta dirigida a D. Sebastião. Todavia, o conhecimento da sua localização exacta perdeu-se pelo que, até à sua recente identificação, o trajecto não estava bem determinado.
Este aqueduto teria como origem mais provável a Barragem Romana de Belas (que se
situa no limite do Município da Amadora). Desce o vale de Carenque seguindo um trajecto
semelhante ao do Aqueduto das Águas Livres (construído no séc. XVIII), que o
interceptou e que o terá destruído em larga escala. No sentido de assegurar à caleira
uma pendente regular sem o recurso a obras de engenharia de maior envergadura, o aqueduto
segue aproximadamente a forma das curvas de nível, conhecendo-se o seu percurso até ao
bairro da Mina (Amadora), numa extensão aproximada de 1.300 metros, tendo sido
identificados 14 troços.
É constituído tipicamente por uma base rectangular em opus caementicium, que assenta directamente sobre o terreno. Sobre esta base foram construídas duas paredes, do mesmo material, formando assim uma caleira, que se encontra revestida a opus signinum. Um dos elementos mais importantes detectados foi uma queda de água, com um desnível de cerca 0,70 m, possibilitando uma descida acentuada da cota da caleira sem que fosse necessário alterar a inclinação da mesma.
Nos trabalhos realizados, não foi identificado qualquer
elemento que pudesse ter constituído a cobertura da caleira. A existência de cobertura
é um dos factores que permite distinguir um aqueduto urbano de um canal de irrigação.
Na Amadora o último troço conhecido dista apenas 1200 m de uma outra estação
arqueológica romana, a vilae da Quinta da Bolacha, não sendo de rejeitar a hipótese de
que este, ou mais provavelmente um ramal, abastecesse a referida vilae. No
entanto, o cálculo aproximado do seu caudal, permitiu concluir que este é semelhante ao
aqueduto de Pompeia, sendo admissível que se destinasse ao fornecimento de um aglomerado
populacional de ordem de grandeza semelhante, tornando como destino mais provável a
cidade de Olisipo (Lisboa), hipótese que está ainda sem comprovação
arqueológica.
Bibliografia disponível :
Relatórios nº2- AQUEDUTO ROMANO DA AMADORA; João Carlos G. Viegas, António Guilherme B. Gonzalez; Gabinete de Arqueologia Urbana/ ARQA, 1996.
CARTA ARQUEOLÓGICA DA AMADORA; Jorge Miranda, Gisela Encarnação, João Viegas, Eduardo Rocha, António Gonzalez; Câmara Municipal da Amadora, 1999.
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