Do Paleolítico ao Romano
Paleolítico
Nelítico e Calcolítico
Idade do Bronze e do Ferro
Romano
PERÍODO ROMANO
A
consolidação do domínio Romano no Ocidente Peninsular, durante o Séc. I a.C. ,
deu origem a um período de significativas transformações na vivência dos habitantes
locais, visível no legado arqueológico e no impacto que a presença romana teve ao
nível da nossa identidade histórica e cultural. A inserção administrativa do
território que hoje constitui a Amadora, no âmbito do Império Romano, enquadra-se na
área de influência de Olissipo (actual Lisboa), civitas da
província da Lusitânia, constituindo uma zona rural periférica à referida urbe.
A existência de uma Villa
Romana no lugar da Quinta da Bolacha insere-se neste contexto, sendo um
significativo exemplo da presença romana no Município. As estruturas descobertas em
escavação, um tanque revestido a opus signinum, com canalização de chumbo e
dreno associados, e muros em pedra vã calcária, bem como os materiais recolhidos, não
permitem uma interpretação absolutamente conclusiva sobre a que área funcional da villa
pertencem estes vestígios. No entanto, a qualidade dos materiais recolhidos, bem como
a presença de estuques, indiciam tratar-se de uma zona residencial. O espólio é
bastante significativo, destacando-se ao nível cerâmico pratos e taças em Terra
Sigillata, tendo também sido recolhidos diversos fragmentos de copos e taças em
vidro, moedas em bronze, agulhas em osso, fíbulas e lucernas. No que diz respeito à
cronologia de ocupação da villa, a informação disponível aponta de forma
consistente para os séculos III e IV d.C., encontrando-se em aberto a provável
existência de uma primeira ocupação, datável dos séculos I/II d.C., como parecem
indicar os materiais recolhidos em contextos de revolvimento.
De natureza diversa, e constituindo bom exemplo das capacidades da
engenharia romana, é o Aqueduto Romano, de que são conhecidos 14 troços, numa
extensão aproximada de 1.300 metros. Têm como origem provável a Barragem Romana de
Belas(que se situa no limite do Município da Amadora), conhecendo-se o seu percurso até
ao bairro da Mina (Amadora). O cálculo aproximado do seu caudal, permitiu concluir que
este é semelhante ao aqueduto de Pompeia, sendo admissível que se destinasse ao
fornecimento de um aglomerado populacional de ordem de grandeza semelhante, tornando como
destino mais provável
a cidade de Olissipo, hipótese
que está ainda sem comprovação arqueológica. É constituído por uma base rectangular
em opus caementicium, que assenta directamente sobre o terreno. Sobre esta base
foram construídas duas paredes, do mesmo material, formando assim uma caleira, que se
encontra revestida a opus signinum. Um dos elementos mais importantes detectados
foi uma queda de água, com um desnível de cerca 0,70 m, possibilitando uma descida
acentuada da cota da caleira sem que fosse necessário alterar a inclinação da mesma.
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